quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Entrevista com Carlão na Tatame

Carlão Santos

Comandando a invasão da arte suave nos Emirados Árabes, Carlão Santos está promovendo torneios e graduando novos atletas de olho no crescimento do Jiu-Jitsu no Oriente Médio. Com o apoio do governo local, que está investindo os famosos “petro-dólares” na organização de torneios e premiação dos atletas, Carlão conversou com a TATAME sobre o seu trabalho, a presença feminina na arte suave, quebrando com a rígida tradição da região, e a expectativa da criação de um campeonato mundial de Jiu-Jitsu em Abu Dhabi. Confira abaixo a entrevista exclusiva com Carlão Santos.

Como está sendo o seu trabalho com o Jiu-Jitsu nos Emirados Árabes?

Estou lá há seis anos e tem crescido bastante nos últimos três anos. Já levei mais cinco professores para trabalhar comigo lá e esse ano trouxe seis locais de lá para treinar aqui no Brasil, fizeram camp lá na Brazilian Top Team, participando de campeonatos, fazendo experiência aqui e lá tem crescido muito, não só nos Emirados, mas em toda região do Oriente Médio. Está tendo muitos campeonatos, a cada quatro meses temos um campeonato com ou sem quimono, em setembro teremos um campeonato lá com premiação de dois mil dólares... Graças a Deus está dando certo, lá temos o apoio do governo e fica bem mais fácil, temos patrocinadores envolvidos no esporte e o próximo passo é levar alguns professores para trabalhar em um colégio, finalizando um projeto de levar todos os professores faixa-preta daqui do Brasil para dar aula em um colégio, cada professor vai tomar conta de um colégio e estamos trabalhando no exército, na polícia e agora com a nova geração, nos colégios...

Pela primeira vez foi foi rgaduada uma faixa-roxa?

É, pela primeira vez na história tem um faixa-roxa árabe, porque lá a cultura é meio fechada e conseguimos abrir essa barreira e colocar uma mulher lutadora, a primeira árabe faixa-roxa...

Em quanto tempo você acha que a gente vai ter um árabe campeão mundial, seja na azul, roxa...

A gente está trabalhando forte pra isso, fazemos campeonatos lá para o cara ter experiência e quem sabe, daqui a uns dois anos, teremos um árabe campeão mundial...

Agora você está fazendo uma parceria com o Fernando Paradeda, da Federação Gaúcha... Como vai funcionar?

Eles serão uma espécie de representante nosso na América do Sul. E em novembro teremos uma seletiva na América do Sul para faixas roxas, marrom e preta, para o campeonato de dezembro, e quem for campeão nos quatro pesos vai ter direito a ir com tudo pago para o Abu Dhabi.

Quais os países que vão participar desse evento?

Cara, mais de 20 países com certeza... Vem muita gente da Europa, Ásia, e o objetivo é esse, fazer o Jiu-Jitsu crescer em todas as regiões. Tem muita gente da África indo participar dos eventos também.

Tem planos para realizar a seletiva do ADCC?

Graças ao grande poder aquisitivo dos Emirados Árabes e dos príncipes de lá, que tem apoiado a gente com verba, mostramos um projeto de fazer um Mundial de Jiu-Jitsu e tentar colocar o Jiu-Jitsu profissional, como é com o surfe e o skate, colocando grandes prêmios e fortalecer o lutador de Jiu-Jitsu de pano, e o objetivo ano que vem é fazer o Mundial de pano com várias seletivas no mundo, e o campeão de cada seletiva iria lutar lá em Abu Dhabi.

Como será esse Mundial?

Seria um mundial profissional de Jiu-Jitsu. Lá a gente trabalha um campeonato de pano um pouco mais diferente, faixa-branca e azul luta junto, e roxa, marrom e preta são juntos também. A premiação é boa, serão seis categorias e se der tudo certo vamos fazer história no Jiu-Jitsu.

Tem idéia da premiação?

Cara, de US$ 5 mil para cima...

Como um atleta faz para participar da seletiva?

O campeonato vai ser aberto. Quem quiser ir, pode. Mas além disso terá as seletivas, como a América do Sul, uma nos Estados Unidos, Canadá, uma ou duas na Europa, no Japão e estamos fazendo um trabalho sério, com o governo de Abu Dhabi, e daremos um boom no Jiu-Jitsu.

Como está a sua vida nos Emirados Árabes?

Está muito boa, a grande vantagem é que lá a gente é reconhecido e trabalha sério, com o governo, e estamos englobando esporte,cultura e turismo. Os caras dão um grande valor ao Jiu-Jitsu brasileiro. Vou levar mais 12 professores, o Adriano Ornellas, Paulo Ricardo “Paulito”, Uira Sul, Ricardo Neira, Marcinho Lívio, Bernardo Cruz, Marcelo da Silva, Julio Cesar Gomes, Pedro Lott, Mohammad Jehad, Tiego Fernandes e Leandro Polônio.


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